Este post está atrasadíssimo, porque ganhei esse livro antes de ir para Londres, no começo de 2013! Mas, como antes tarde do que nunca, vamos a ele...
Sabendo do meu gosto por livros e viagens, minha tia me deu Um Lugar na Janela: relatos de viagem, da Martha Medeiros, como presente de despedida antes de eu embarcar para o intercâmbio.
Eu só fui ler quando já estava voltando para o Brasil, o que acabou sendo melhor, porque identifiquei alguns lugares que ela fala no livro. Inclusive o primeiro relato dela é a experiência em Londres, e me identifiquei muito não só com isso como com várias outras coisas que ela escreve. Ela fala muito do sentimento de inquietude e vontade de sair da rotina, coisas que eu sinto... bem, o tempo todo.
O texto da Martha Medeiros é muito gostoso de ler, parece que você está ouvindo as histórias de uma amiga te contando tudo enquanto vocês tomam um café. Ela viajou para todos os continentes e conta os relatos mais interessantes no livro. O que eu achei mais legal é que ela não fica falando de pontos turísticos, mas foca nas experiências dela – as roubadas, surpresas, e como ela se virava com imprevistos ou dificuldades. Como eu já comentei, é isso que eu sempre tentei fazer no Living the Dream: dicas de turismo você acha em qualquer lugar da internet, mas já viu 3 meninas sobrevivendo dois dias em uma cidade à base de 7 pães?
Tem relatos sobre Londres, Paris, Madri, Barcelona, Santiago, Istambul, Grécia, Marrocos, Japão e muito mais. Em grande parte dessas viagens, a Martha se hospedava com amigos, conhecidos ou conhecidos de amigos. Fazendo couch surfing bem antes de existir o Couch Surfing. Ela conta como essas experiências a ensinaram a dar valor a coisas mais simples, como a boa vontade de estranhos. Ela viajou sozinha, com namorado, marido e família, acabou namoro durante a viagem, etc. Meu trecho preferido do livro é o seguinte:
"O escritor Gustave Flaubert defendia a tese de que a nacionalidade de uma pessoa não deveria ser estabelecida por sua cidade de nascimento, e sim pelos locais pelos quais a pessoa se sentia atraída. 'Meu país natal é aquele que amo, ou seja, aquele que me faz sonhar, me faz sentir bem. Sou tão chinês quanto francês...'. Naquele dia eu comecei a descobrir como se dava, na prática, essa amplitude informal de cidadania. Passava a me sentir tão londrina quanto porto-alegrense."
Pois é, sou tão londrina quanto brasiliense. :)