Fico feliz em poder dizer que a confusão do trem de Berlim foi a última da viagem! A viagem Berlim-Amsterdã e depois a volta para Londres foram tranquilas. Mas não seria nossa viagem de sessão da tarde se não tivesse uma história cômica em cada lugar, né? Calma que vai chegar.
Chegamos no aeroporto de Schipol no fim da tarde e pegamos um trem super moderno de dois andares para Amsterdã. Ao sairmos da estação central (centraal, em holandês) já vimos como a cidade era linda: os canais, barcos, bondes, as pessoas passando de bicicleta... Parece filme! Como o horário de verão já tinha começado ainda tínhamos uns bons momentos de luz do dia e deu pra ver bem o caminho que fizemos de bonde até o hostel. A cada esquina tinha um coffee shop - lembrando que isso em Amsterdã não tem nada a ver com Starbucks.
Tivemos que ficar em dois hostels diferentes no último destino porque todos já estavam muito cheios. O primeiro era super bem localizado, num lugar agitado com pessoas porém tranquilo em relação a drogas e etc. Cheguei na parte tragicamente cômica da história, porque o problema era o lugar em si. O nome do hostel é Hans Brinker e eles se orgulham em ser o pior hostel do mundo. A parte da frente é até ok - tem uma recepção normal, um restaurante/bar que tocava ótimas músicas... Mas quando entramos no quarto deu medo! É sério, parecia um manicômio. Os beliches eram bem quadradões, de metal, e não tinham escadas, os colchões eram duros, o cobertor não esquentava direito (nem o aquecedor), o travesseiro era uma almofada murcha dentro de uma fronha. Não quero nem comentar o banheiro!
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Graças a Deus só passamos uma noite mal dormida no manicômio. Não entendo como as pessoas acham divertido se hospedar em um lugar desconfortável, sujo e com pessoas mal educadas. E o ranking deles no Hostelworld é alto! A única coisa boa foi o café da manhã, que tomamos rapidinho e vazamos. Aí como somos as rainhas da ironia, fomos parar em um hostel CRISTÃO no meio do Red Light District em AMSTERDÃ.
O Red Light District é basicamente a área da cidade onde tudo é legalizado. Eu disse tudo. Isso quer dizer que a gente saía de um hostel onde as pessoasl faziam estudos bíblicos, dava uns 8 passos (sem exagero) e via duas vitrines de prostitutas. Mais alguns passos, saíamos em uma rua à beira de um dos diversos canais que passam pela cidade e íamos andando por várias sex shop, coffe shop e casas de show. Esclarecendo: as sex shop lá não precisam de vidro fumê e porta fechada, fica tudo às claras exposto pra todo mundo mesmo; esquece a Starbucks, coffee shops em Amsterdã são os lugares onde o pessoal vai consumir maconha e outras drogas em diversas formas; as casas de show também não têm pudor nenhum em expor com fotos bastante explícitas exatamente o tipo de apresentação que ocorre lá dentro.
Amsterdã é linda fora do Red Light District. Dentro ela é super animada e tal, mas mucho loca! Às vezes achava as coisas muito forçação de barra, sabe? Como se eles estivessem trying too hard to be cool. As lojas de souvenir vendiam as coisas mais absurdas - uma delas exibia na vitrine um kit de teste de heroína! De resto é aquilo mesmo que falam: prostitutas nas vitrines, muitas drogas a qualquer hora do dia e montes de grupos de homens em despedida de solteiro, haha.
Mas continuando. Uma vez que você entende que isso é só uma parte, dá pra continuar achando o resto lindo e fofo. Tipo no dia em que fomos Molen Van Sloten (moinho), que é bastante afastado da cidade. Fomos parar num subúrbio super idílico. Parecia vilarejo de filme, com casinhas floridas e sem cerca e as ruas cheias de bicicletas e vespas. Foi nesse dia que demos boas vindas à primavera: já tinham várias florzinhas nascendo, estava um solão e fez uns 15 graus (até tiramos os casacos!). A vizinhança do moinho é um dos lugares mais bonitinhos que já vi. Passamos horas lá só de bobeira de tão agradável. O lugar parecia tanto saído de um filme que passamos por um quintal cheio de coelhinhos. Acredite se quiser.
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Outra coisa bonitinha que fizemos foi alugar bicicletas para andar no parque. A gente queria fazer que nem os locais e andar nas ruas, mas 1) o trânsito naquela cidade é absolutamente maluco; e 2) a Amanda não sabia andar de bicicleta, então tínhamos que tentar ensinar. Passamos quase o domingo inteiro no Vondelpark dando voltinhas e tentando ensiná-la.
Como ficamos na cidade por 4 dias deu pra aproveitar bastante. Além do que já comentei nós fomos na casa onde Anne Frank e a família se esconderam na época do nazismo (não dava pra fugir do tema da viagem); fizemos Walking Tour; comemos bastante; fomos no I Amsterdam sign; exploramos várias ruas da cidade; comemos em um restaurante argentino em China Town; vimos a galera no World Pillow Fighting Day na Dam Square; enfim. Só tivemos que pular alguns programas caros, tipo a Heineken Experience. Eu, que nem gosto de cerveja, simplesmente não achava que valeria a pena pagar quase €20 pra ver como a bebida é feita e ganhar dois copos de Heineken.
Amsterdã também é considerada uma das cidades mais bonitas do mundo, a "Veneza do Norte". Eu super recomendo uma visita, mas sem crianças. Ficava impressionada toda vez que via famílias passeando pelo Red Light District na maior calma, porque em todo canto que se olha tem alguma coisa considerada 'imoral'. Acho que aquela área devia vir com aviso "não recomendado para menores de 18 anos".
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E com isso eu encerro as postagens sobre o meu Easter Break! Minhas primeiras viagens pela Europa foram ótimas e deixaram gostinho de quero mais (:
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