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Krakow, Poland

14.4.13

Eu e mais quatro garotas (Amanda, Bia, Lara e Elê) saímos de Londres no dia 21/03 em direção à Polônia, porque ir pra Itália é muito mainstream. Pegamos um adorável (SÓ QUE AO CONTRÁRIO) avião da Ryanair no aeroporto Stansted. A primeira confusão já começou com gente atrasada porque tinha ido comprar euros sem o passaporte em mãos e teve que voltar pra pegar, gente que achava que tinha perdido a chave do cadeado da mala, gente que achava que tinha perdido o CashPassport (cartão pré-pago na moeda local).

Mas ok, conseguimos chegar ao aeroporto, cada uma usando uma média de 2 calças, 3 blusas e 2 casacos, isso sem contar as camadas fininhas, tipo meia calça. Estilo Ryanair de viajar! A empresa é famosa pelas passagens baratinhas (paguei £43 pra Cracóvia) e preços extorsivos com todo o resto. Para não pagar uma fortuna na bagagem de porão, a maioria das pessoas compra uma mala de bordo que caiba na caixinha do terror e o que não couber na mala vai no corpo mesmo. Nós tínhamos 19 dias em lugares frios com apenas uma mala de mão, então foi o que fizemos.

Na hora de passar no detector de metais, o número de camadas que eu tinha no corpo não me deixou sentir que meu celular ainda estava no bolso. Claro que o alarme apitou, mas em vez de me deixar tirar o celular e passar de novo, a segurança já me mandou ir pra uma salinha pra ela me revistar. Estava com 2 meias calças, 1 legging e 2 calças jeans, além de 3 blusas. Os 2 casacos ficaram do lado de fora porque sempre tem que tirar pra passar pelo detector. Pelo menos as moças foram simpáticas e até riram comigo sobre a situação: uma brasileira nada acostumada com frio indo "bem ali" na Polônia pegar um frio de -17 graus. Eu realmente precisava de todas as roupas que conseguisse levar!

Bom, depois de todo o stress pegamos uma fila enorme pra embarcar. A Gol não é Grande Ônibus Lotado, esse deveria ser o título da Ryanair. É tudo bagunçado, as pessoas ficam em pé ou andando pela aeronave. Os comissários ficam vendendo todo tipo de coisa, inclusive raspadinhas de loteria. As cadeiras são super apertadas, duras e não reclinam. Ainda bem que o voo só durou 2 horas!

Chegamos na Polônia e o primeiro "choque" foi perceber que eles não usam euro e sim zloty, ou "negocinhos", como chamamos (porque nunca conseguíamos lembrar o nome). Ocupadas com trabalhos até a véspera, ninguém tinha pesquisado muito sobre o país e fomos pegas de surpresa. 1 euro vale pouco mais de 4 na moeda deles, éramos ricas na Polônia! Trocamos um pouco de dinheiro e saímos do aeroporto pra dar de cara com muita neve no chão e ainda caindo do céu. O trem que pegamos para o centro da cidade era super esquisito e a paisagem do lado de fora, com tudo vazio ou escuro e cheio de neve, parecia demais um filme de terror.

Imagina isso de noite!
Pra manter esse clima, o hostel ficava em um prédio um pouco antigo e escuro e era bem pequenininho e quase improvisado. A primeira impressão foi péssima, mas não foi a que ficou. No final saímos de lá sabendo que o Greg & Tom é um dos melhores hostels entre os que ficamos e ainda ficaremos durante o ano. Todos os funcionários são super simpáticos e prestativos (contrário dos poloneses em geral), o clima era bem familiar e conhecemos pessoas super legais. A gente se sentia em casa e toda noite tinha drinks de graça, além de jantares deliciosos. O café da manhã também era ótimo, então no fim só tenho elogios pra eles.

Como tínhamos feito check-in cedo (antes de 21h), resolvemos ir checar um barzinho por ali. A moça mais legal do hostel foi nos guiando pelas ruas com neve até os tornozelos até a Cidade Velha. Passamos por uma praça maravilhosa toda nevada e saída diretamente de um filme (que não é de terror). Acabou frustração por não ter visto neve em Londres! Aquilo sim era neve de verdade, bem branquinha e alta. Rolou uma guerra de bola de neve e muitas fotos antes de voltar pro hostel, porque somos crianças.
Feliz com a neve!


No dia seguinte fomos fazer 2 tours: o primeiro era em Auschwitz-Birkenau, o maior complexo de campos de concentração durante o regime nazista. É um passeio pesado e triste, mas que todo mundo deveria fazer para ver se a humanidade aprende um pouco mais com os próprios erros. Não vou ficar falando muito sobre tudo o que vi lá porque ficaria dois dias direto escrevendo, basta dizer que é bem tenso mesmo. Esse tour durou cerca de 7 horas (sendo uma hora e meia pra ir e outra hora e meia pra voltar) e estava um frio de rachar, o que tornava tudo muito pior porque você imagina com bastante realismo como os prisioneiros se sentiam naquele lugar, com frio extremo e apenas calça e blusa finas no corpo.

O tour seguinte foi para a mina de sal Wieliczka, onde descemos quase 800 degraus até ficarmos 130 metros abaixo da superfície. É super legal e lá dentro tem vistas maravilhosas, como um poço dos desejo subterrâneo e uma capela toda feita de sal - do teto ao chão, dos lustres ao altar e Via Sacra. A única ressalva é que o tour é um pouco mais longo do que o necessário. Você fica lá dentro por cerca de 2 horas e meia porque a descida não é feita toda de uma vez. Aí chega um momento em que as coisas vão ficando repetitivas. No final subimos por um elevador muito louco que era basicamente uma caixa de metal pendurada por um cabo e que subiu incrivelmente rápido.

Capela de sal (foto: Bia)
Lustre de sal (foto: Bia)
Nos próximos dias o sol abriu e parou de nevar, apesar de a temperatura continuar ali entre -12 e -15 graus. Fizemos o free walking tour (que é febre na Europa) pela cidade e passeamos bastante na Cidade Velha e no mercadinho da praça principal. Ele estava lindo, todo decorado para a Páscoa. No Domingo de Ramos vimos até uma apresentação de danças típicas polonesas por ali. A feirinha e o mercado tinham uma coisa mais linda que a outra - e era tudo muito barato! Pena que o espaço na mala era tão limitado. As comidas também não ficavam pra trás na tentação.


Lá pela terceira noite fomos para o bairro judeu, onde dizem que tem vários bares legais. Acabamos achando só alguns lugares meio estranhos (tipo festa estranha com gente esquisita), mas pelo menos tinha vodka sabor avelã, uma coisa maravilhosa que nos apresentaram no hostel. Eles costumam beber com leite, mas mesmo pura é uma delícia. Encerramos bem a Cracóvia, apesar de a última noite ter sido super esquisita. No domingo à noite as ruas estavam desertas (poloneses são católicos fervorosos, na maioria, e era domingo de ramos) e presenciamos uma briga feia bem na porta do hostel. Depois de dar uma voltinha e ver que não íamos achar nada, voltamos para arrumar as coisas pra ir embora no dia seguinte. 

A Cracóvia é muito lindinha! Cheguei lá sem nem saber o que esperar e me surpreendi com o charme do lugar. Tudo bem que passei o pior frio da minha vida ali - um dia meu pé queimou de frio -, mas é um lugar que as pessoas não falam muito e eu super recomendaria uma visitinha de dois dias. A cidade é fofa e as coisas são muito baratas, vale a pena!
Praça de filme
Fofurinhas de páscoa na feira

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1 comentários

  1. Amei!!! Vou colocar a Cracóvia em alguma futura viagem...mas...sem ryanir...kkkk...chorei de rir desta parte da viagem...
    bjs
    Data

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